sexta-feira, 2 de março de 2007

Do amor (em jeito de divagação...)

Ela olhava para ele e percebia que o seu olhar nunca seria dela. E também era certo que o dela nunca seria dele. Espreitando à volta, reconhecia a imensidão do mundo que existia para olhar. Isto sem contar com o universo imenso do "olhar para dentro". De si, dele... dos outros todos. Do universo das sensações dele, ela não poderia saber, nem sequer falar. Talvez nem das suas. Desejou ser o todo do olhar dele mas sabia que não continha em si o mundo todo que há para olhar. Na verdade, apesar disso, interrogava-se. O todo seria todo em extensão ou em compreensão? Ou seria a fusão de ambos? Certo, certo, do todo não sabia. Incerto e firme, porque convicta, sabia do amor - que o amor não é extensão, tão só compreensão.
A.P.