Eis o sereno Ricardo Reis:
Sim, sei bem
Que nunca serei alguém.
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me me crer
O que nunca poderei ser.
Ricardo Reis, Odes
sábado, 3 de fevereiro de 2007
Um poema sabe sempre bem...
Posted by Ana Paula Sena at 07:33