sábado, 3 de fevereiro de 2007

Ainda a Philo_Sophia...

Fig. Imagens do asteróide Eros. Cortesia JHU-Applied Physics Laboratory.


Revisitemos a Grécia...

" - (...) Então, diz-me, esse Eros, de quem descreveste tão bem e generosamente a natureza, está na sua natureza ser o amor de alguma coisa ou de nada? (...)
- De alguma coisa, evidentemente.
- Então, disse Sócrates, zela para que não te esqueças de quê! Mas responde a esta pergunta: Eros deseja aquilo de que é o amor ou não?
- Deseja...
- Possui o que deseja e ama e continua a desejar e a amar, ou não o possui?
- Verosimilmente, não...
- Vê então, teria dito Sócrates, se não é necessário - em vez de verosímil -, quando se deseja, desejar o que nos falta e não desejar se não nos falta? É espantoso como a necessidade disso me parece evidente! E a ti?
- A mim, também...
(...)
Sócrates, então: - Não é amar alguma coisa de que não se dispõe, que não se possui, querer a persistência e salvaguarda dos nossos bens no futuro?
- Com certeza!, disse ele [Agatão].
- Assim, quem quer que deseje, o seu desejo visa aquilo de que não dispõe e que não está presente; o que não se tem, o que não é ele próprio e que lhe falta, eis os objectos do desejo e do amor, não é?
- Sim...
- Vejamos agora, prosseguiu Sócrates, como resumir o que dissemos: Eros não é amor de certos objectos e de objectos que lhe faltam?
- É exacto. (...) "
Platão, O Banquete




Quadros


Nu reclinado de Modigliani: EROS



Ofélia de Millais: THANATOS