quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Reminiscências juvenis

Paula - Henri Matisse


Uma amiga perguntou-me qual a razão deste meu interesse pela astronomia que lhe parecia estranho.

Bom, ela merece uma resposta.

Desde miúda que me fascinou olhar os céus. Especialmente o crepúsculo e finalmente, a noite.

Eu era, nessa época, capaz de ficar horas a admirar o céu. No meu íntimo, embora não o revelasse a ninguém, aguardava por testemunhar algo que se situasse no domínio do insólito. Na verdade, nunca aconteceu. A não ser a devastadora beleza das estrelas, a imensidão dos céus, o infinito por conhecer. E a consciência de tudo isso. O meu pai indicava-me, percebendo o meu interesse, ali está a Ursa Maior, ali a Menor, mais além Vénus... E eu admirava-me.

Disse Aristóteles que a filosofia nasceu a partir do espanto. Já então, eu sentia um certo espírito dessa natureza. E sempre desejei não perder essa capacidade. A de me admirar. Ainda a conservo, por enquanto. Depois...veremos.

Naturalmente, mais tarde, pude saber que os primeiros filósofos tiveram sempre um grande interesse pelo firmamento. Foi assim que surgiram as primeiras cosmologias. Ao estudá-los, senti que me encontrava no meu elemento. E o tempo foi passando...

Hoje, depois de um período de intensa sede de conhecimento sobre astrofísica (claro que nada de muito rigoroso), esse interesse foi-se misturando com outros. Mas há sempre umas reminiscências que me dão imenso prazer. Continuo a apreciar a hipótese de outros universos, paralelos ou não, talvez existam outros mundos... Quem terá a sorte de os descobrir?