Olhei...o mundo chorava de falta e a falta chorava por não ter.Os telhados das casas deixavam tombar as lágrimas do mundo, por nada haver. As árvores, despidas de tudo, fingiam respiração de um ar oco e pesado de nadas. O céu, sim, tinha, tinha lágrimas infinitas carregadas do brilho das estrelas pela noite vazia ou pelo brilhante laranja do sol que ofuscava a branca luz das gotículas desta transparente água salgada, enfim poisada no rosto repleto da desilusão. E através dela, os meus olhos viam, viam o mundo chorado, sem nada para semear ou transportar.
E as estradas eram o vazio a percorrer eternamente, sem possível fim. Submersas por rios de lágrimas choradas antigamente, daquelas secretas que alguém em tempos criou sem dizer nada a ninguém. E agora, eu via-as, fugidias a correr rumo ao fim.
A lágrima mais pesada caiu devagar, rolou quente e fresca, acabada de chorar, tombou no lugar onde a certeza de nada era tudo. Aqui mesmo... onde é o seu lugar.
Às vezes, o mundo é um lugar sem espaço para chorar.
E as estradas eram o vazio a percorrer eternamente, sem possível fim. Submersas por rios de lágrimas choradas antigamente, daquelas secretas que alguém em tempos criou sem dizer nada a ninguém. E agora, eu via-as, fugidias a correr rumo ao fim.
A lágrima mais pesada caiu devagar, rolou quente e fresca, acabada de chorar, tombou no lugar onde a certeza de nada era tudo. Aqui mesmo... onde é o seu lugar.
Às vezes, o mundo é um lugar sem espaço para chorar.
A.P.
(fotografia de Carlos Urbina)
(fotografia de Carlos Urbina)