terça-feira, 3 de abril de 2007

Da Música

L'Arpeggiata - Christina Pluhar
"Los Impossibles"

Músicas maravilhosas e que nos remetem para as influências do passado, são todas as que se podem ouvir neste trabalho de Christina Pluhar. A meu ver, para além deste projecto ter tido como resultado uma pequena maravilha musical, encerra em si uma interessante história.
" Los Impossibles
A ideia deste projecto nasceu da simples curiosidade: existe no México um manuscrito, escrito no início do século XVIII pelo guitarrista barroco espanhol Santiago de Murcia, que contém uma peça intitulada Los Impossibles. Trata-se de uma romanesca do tipo das que se encontram a partir do século XVI em Itália,em Espanha e em Portugal. O seu tema está ainda presente actualmente na música tradicional do México. A minha curiosidade e a minha fascinação foram atraídas em primeiro lugar pelo facto de uma melodia que soube abrir um caminho entre a música tradicional da sua época e a música erudita, assim como viajar no espaço de um século, desde Itália, via Espanha e Portugal, até ao México, estar viva ainda hoje na música de tradição oral da América Latina.

Esta curiosidade levou-me a explorar a música antiga e tradicional de Espanha, de Portugal e da América latina à procura de um elo que pudesse ligar os diversos estilos e épocas. E este elo encontra-se nos traços rítmicos e harmónicos , na presença de certos instrumentos cujas origens remontam ao barroco e na existência, quer na música antiga "erudita", quer nas músicas tradicionais daquela época, assim como nas dos nossos dias, de uma mistura de inúmeras influências e culturas. A procura de traços comuns e das origens, assim como a fascinação pelas misturas e pelos laços multiculturais, serviram-nos de guia ao longo de todo este projecto: um percurso apaixonante através dos continentes e dos séculos."
Christina Pluhar, Paris, 2006

Uma pequena amostra deste projecto musical que me encanta desde há uns meses atrás... Faixa nº9 - La Petenera. Faz parte da minha playlist, sem dúvida!

A letra:

La Petenera

Una donzela se fue
a vivir al mar profundo,
pero anteanoche soñé
que en algún lugar del mundo
cantando la encontraré.

iAy! sólita soledad,
soledad que yo quisiera
que usted se volviera anona
pá que yo me la comiera,
madurita madurona,
que del árbol se callera.

Quien le puso Petenera
no la supo bautizar,
le hubieran puesto siquiera
la musa de mi cantar
y en mi corazón viviera.

iAy! sólita soledad,
soledad que yo quisiera
que se formara un columpio,
iAy! sólita ya lo ves,
para que yo me meciera.

A música:




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