quarta-feira, 25 de abril de 2007

José Carlos Ary dos Santos


Soneto presente

Não me digam mais nada senão morro
aqui neste lugar dentro de mim

a terra de onde venho é onde moro

o lugar de que sou é estar aqui.


Não me digam mais nada senão falo
e eu não posso dizer eu estou de pé.
De pé como um poeta ou um cavalo
de pé como quem deve estar quem é.

Aqui ninguém me diz quando me vendo
a não ser os que eu amo os que eu entendo
os que podem ser tanto como eu.

Aqui ninguém me põe a pata em cima
porque é de baixo que me vem acima
a força do lugar que for o meu.

Ary dos Santos

(imagem: Sunlight Collage, John Charbonneau)