- Anda cá. Olha bem lá ao fundo. Consegues ver a minha casa?
- Não, não vejo nada. Se calhar, está longe demais.
- Não, não está longe. Está mesmo ali, por trás daquela colina. Vê-se perfeitamente daqui. Tens que olhar com atenção.
- Mas não vejo. Desculpa.
- Repara. Aquela casa lilás, ali ao fundo... Não vês as janelas? E o brilho de todas as cores que delas emana? E o terraço azul-oceano, enfeitado com dezenas de taças repletas de todas as frescas delícias, por ti desejadas?
- Não. Na verdade, não consigo ver. Gostava de te acompanhar, mas não vejo mesmo nada do que me queres mostrar.
- Repara bem. Não estás a olhar comigo. Experimenta assim: fechas os olhos e procuras, lá no fundo de ti , a imagem. Mas procuras com muita força. Com todas as tuas garras. Bem afiadas.
Experimenta lá, agora. Agarra a imagem.
- Humm...hummm... Acho que estou a ver qualquer coisa...! Mas é indistinta. Só cor e brilho. Não vejo casa nenhuma.
- Não acredito! Então, não me vês a abrir-te a porta para entrares?! Não vês o enorme jardim verde-esmeralda e amarelo irradiante, onde poderás correr livremente e estender o teu olhar?! Onde te quero oferecer todas as delícias frescas que possuo?!
- Pois. Desculpa. Está um bocadinho difícil... Tens que ter paciência comigo.
- Não te preocupes. Eu sou paciente. Mas tens que imaginar. Liberta a tua imaginação comigo. Verás que está tudo lá. Verás que é real. A nossa realidade. Minha, desde há muito. E agora, tua também. Logo que a vejas, começo a partilhá-la contigo.
- Entendo.
- Não queres fazer mais um esforço? Ora, tenta lá de novo.
- Humm...humm... Sim! Sim! Estou a conseguir. Ainda não muito bem. Há muita névoa. Mas acho que vou ser capaz.
- Eu bem te disse. É só questão de quereres. De quereres com muita, muita força! Tens que dominar o teu olhar. Ora, olha lá de novo... Não vês agora, distintamente, a minha casa que te ofereço? Será o teu reino. Apodera-te dele. Primeiro, com o olhar. O resto, fica para depois...
- Vou usar todo o poder da mimha imaginação. Espera...está qualquer coisa a aparecer... Vejo quase...quase... tudo o que dizes. Espera só mais um bocadinho...
- Eu espero. Já vês, agora?
- Oh, sim! Que maravilha! Agora, sim. Vejo tudo perfeitamente! Tudinho. Até me vejo a mim... lá...
- Pois. Eu sabia que eras tu... Deixa-me abraçar-te melhor... Encontraste o meu olhar. Sinto que vais ficar comigo...
(Imagem: fotografia de autor desconhecido)
- Não, não vejo nada. Se calhar, está longe demais.
- Não, não está longe. Está mesmo ali, por trás daquela colina. Vê-se perfeitamente daqui. Tens que olhar com atenção.
- Mas não vejo. Desculpa.
- Repara. Aquela casa lilás, ali ao fundo... Não vês as janelas? E o brilho de todas as cores que delas emana? E o terraço azul-oceano, enfeitado com dezenas de taças repletas de todas as frescas delícias, por ti desejadas?
- Não. Na verdade, não consigo ver. Gostava de te acompanhar, mas não vejo mesmo nada do que me queres mostrar.
- Repara bem. Não estás a olhar comigo. Experimenta assim: fechas os olhos e procuras, lá no fundo de ti , a imagem. Mas procuras com muita força. Com todas as tuas garras. Bem afiadas.
Experimenta lá, agora. Agarra a imagem.
- Humm...hummm... Acho que estou a ver qualquer coisa...! Mas é indistinta. Só cor e brilho. Não vejo casa nenhuma.
- Não acredito! Então, não me vês a abrir-te a porta para entrares?! Não vês o enorme jardim verde-esmeralda e amarelo irradiante, onde poderás correr livremente e estender o teu olhar?! Onde te quero oferecer todas as delícias frescas que possuo?!
- Pois. Desculpa. Está um bocadinho difícil... Tens que ter paciência comigo.
- Não te preocupes. Eu sou paciente. Mas tens que imaginar. Liberta a tua imaginação comigo. Verás que está tudo lá. Verás que é real. A nossa realidade. Minha, desde há muito. E agora, tua também. Logo que a vejas, começo a partilhá-la contigo.
- Entendo.
- Não queres fazer mais um esforço? Ora, tenta lá de novo.
- Humm...humm... Sim! Sim! Estou a conseguir. Ainda não muito bem. Há muita névoa. Mas acho que vou ser capaz.
- Eu bem te disse. É só questão de quereres. De quereres com muita, muita força! Tens que dominar o teu olhar. Ora, olha lá de novo... Não vês agora, distintamente, a minha casa que te ofereço? Será o teu reino. Apodera-te dele. Primeiro, com o olhar. O resto, fica para depois...
- Vou usar todo o poder da mimha imaginação. Espera...está qualquer coisa a aparecer... Vejo quase...quase... tudo o que dizes. Espera só mais um bocadinho...
- Eu espero. Já vês, agora?
- Oh, sim! Que maravilha! Agora, sim. Vejo tudo perfeitamente! Tudinho. Até me vejo a mim... lá...
- Pois. Eu sabia que eras tu... Deixa-me abraçar-te melhor... Encontraste o meu olhar. Sinto que vais ficar comigo...
(Imagem: fotografia de autor desconhecido)