domingo, 9 de dezembro de 2007

O mundo...


Às vezes, nada se diz. Nada se mostra. O que se pensa. O que se sente. É quando tudo nasce em silêncio. A palavra sente-se vã. A imagem também. Da sua nulidade colhe-se o seu peso com gravidade.
Às vezes, diz-se. Às vezes, mostra-se. O que se pensa. O que se sente. É quando tudo se faz palavra. Imagem. Som. Tentativa de sentido. A ilusão da revelação tem força. Desta força colhe-se desejo de transformar. Ao dizer, ao mostrar... o que se pensa, o que se sente.

Hoje, eu sinto: mesmo que diga o que penso, o que sinto... O mundo não vai mudar.
Mesmo assim, às vezes, digo. Mostro. Pela atracção do abismo....... que é a palavra pela qual se diz. Pelo instante da imagem... que é a força da síntese com que se mostra. Pelo chamamento da sonoridade... que é a música, pormenor da sensibilidade.
Não creio mudar o mundo.
Creio apenas estar no mundo.